E de novo, e de novo... um desfile de tragédias. [#M#]
O dia Amanhece Friorento e soturno...
Mais uma vez O denso e cinza nevoeiro Lança as suas asas sobre a cidade...
Pingos Desesperados Batem em minha janela...
Os pássaros Estão emudecidos Não os ouvi ou vi passar...
Ouço a chuva Vejo o cinza nevoento... E lembro da recente tragédia no Rio...
Tragédia Que como tantas outras Anunciadas pelos descasos e más gestões...
Muitos vão culpar As chuvas e os mortos... E, os blocos vão para a avenida...
E de novo, e de novo... um desfile de tragédias Será que um dia vai mudar?
Vira o calendário Vai Verão e vem Verão Ao que “contemplamos” [no Brasil] uma tragédia n’algum lugar... Principalmente em função das chuvas No que elas se mostram inexoráveis Simplesmente implacáveis A varrerem sem dó o espaço por elas (quiçá) “escolhido”
E de novo, e de novo... um desfile de tragédias[...]
Oh! Será que Einstein estaria enganado quando disse “Deus não joga dados com mundo”? Pergunto isto porque dá-se a impressão de que a natureza parece “selecionar” algum lugar Oh! Mas que bobagem minha, eu sei Em dizer que Deus ou a natureza são os culpados pelas tragédias ambientais Não, eles não são Na verdade, foi apenas um desabafo
E de novo, e de novo... um desfile de tragédias[...]
E eis que assisto pela televisão a triste realidade em meu amado Rio de Janeiro Em especial na [tão mal falada] “Zona Norte” A ver ruas alagadas, como se fossem rios Pessoas vestidas e andando no meio delas Angustiadas e sem ter par’onde ir E muitas desesperadas...
E de novo, e de novo... um desfile de tragédias[...]
Casas destruídas, patrimônios perdidos Uma total calamidade Como cantar agora o refrão daquela linda música: “O Rio de Janeiro continua lindo”? Seria uma grande falta de respeito? Ou um hino de protesto Resistência E repúdio?
Mas afinal, quem é o culpado (se existe alguém)? (Pergunto para mim mesma, é só vejo Uma saída...)
Já que "uma andorinha só, não faz verão..." O povo pode, se desejar, se unir Em prol do bem comum...
E juntos Pressionar Politicamente...
Fazendo Ecoar a sua própria voz Não num lamento, mas exigindo seus direitos...
Não sendo mais Manobrados ou explorados por uma interesseira "corja eleitoreira"...
E observo ainda que com uma postura estoica pela TV Mas jamais com o olhar da indiferença 'E choro ao ver o sofrimento de meus irmãos cariocas
E de novo, e de novo... um desfile de tragédias[...]
Eu Que pela TV E internet a tudo assisto...
(Volto a me perguntar)
E eu? Em que eu posso ajudar? São nessas horas que medito ainda mais sobre a “empatia”
Sim, Empatia, Solidariedade E amor ao próximo...
(A tentar imaginar qual seria a reação dos outros caso eu estivesse n’àquela condição...)
Ah! Nem sei mais o que dizer! Pensar? Como não fazê-lo Diante dos fatos?
E de novo, e de novo... um desfile de tragédias[...]
O Rio do Carnaval e da alegria está mais uma vez de luto E de novo, e de novo... um desfile de tragédias[...]
#MEMORIAL Recantista#, eu apoio!!!
*** Imagens- Google E acervo pessoal
Juli Lima
Enviado por Juli Lima em 16/01/2024
Alterado em 16/01/2024 |