O Gelo não gela...
É a sensação... Sei que a temperatura Marca menos de sete graus Contemplo a neve em seu “branco silêncio” nest’hora... Uma visão presente para o “absoluto” em suas formas concretas (Ainda que efêmeras sejam) Os olhos humanos enxergam até certo horizonte Os angelicais olhos avistam um pouco mais além E os olhos de Deus estão presentes em tudo Onde nada deles escapa...
Cá estou Olhando pelos olhos de Deus... Dando ao meu olhar A expansão Infinita... E no paradoxo do que em mim existe – sabedoria e ignorância – às vezes ... vejo e ao mesmo tempo não vejo [nada]... E se tudo vejo, e nada vejo O que vejo Aos olhos Dele... É muito mais Que uma Geleira... É uma Obra Divina... Revelando As transformações Da água... Qual a me dizer... Essa é você... Não a geleira em si Mas o resultando Das metamorfoses... As Leis naturais Não discriminam... A evolução É uma Leis Natural A que Tudo E Todos Estão sujeitos...
Se Deus me deus os olhos por que eu me deveria privar da visão?
Pois que Tenho a obrigação De ver muito além... E mesmo d’olhos Fechados... Pois Os olhos D’alma Enxergam O que os olhos Meus recusam a ver... Talvez a neve estaria a rir de mim por estar por assim pensar e a perguntar essas coisas...
Oh! Mas, como eu te amo, ó minhas indagações E nem sei como seria a minha vida sem minhas dúvidas Minhas questões... Umas tão minhas Que brotam De meu Silêncio Contemplativo... Qual agora... Eu Sou o gelo Que congela e não gela... Eu sou O gelo Da gota Que Um dia Evaporou... Condensou Gelou... Não Gelo Porque Amo, E quem Ama Tem Em si A centelha Que aquece... E, neste inverno americano vivido deixo-me “espetar” pelo seu frio que não me gela... ... a tocar minha pele morena, enquanto viver este tempo E quando voltar para a minha terra [a ser verão] o calor fará comigo ... o mesmo, porém d’outra forma (que igualmente amarei) Ah, gelo que não gela O meu olhar... Que sendo Meu ou o de Deus Ama o que vê... Percebo a montanha à minha frente Tão bela quanto o “Pão de Açúcar”, Deste que coberto com os raios do sol Tão tangível e memorial... Será um pouco Da saudade? E d’àquela outra montanha vestida com a alvura da neve Ambas são belas... lindas... maravilhosas... Dois presentes da Natureza E de Deus p’ra cada um de nós... O Gelo que não gela...
*** *** *** Juli Lima e H
Enviado por Juli Lima em 07/02/2023
Alterado em 10/02/2023 |