O que fiz de minha vida?
Almas enregeladas... Serão elas assim qual a montanha que fito? As almas estáticas... na vida... Da morte que as tragou... já faz um bom tempo Respiram... Mas são mortas-vivas imersas em sentires gélidos... De suas vidas desperdiçadas em suas horas (destruídas pelo tédio) Ou por esvaziados sentimentos...
Oh! Às vezes penso que quando caminhar co’elas comecei ... nos separamos n’uma bifurcação cujo um trajeto só eu o sigo...
É estranha essa sensação...
Até tento entender... O que as impedem de prosseguir... Vampirizando se deixam ficar ao longo da estrada... Num caminhar paralelo...
A maioria dessas almas qu’eu conheço estão fora [de si mesmas] Não qu’estejam loucas, mas porque não sabem o que é “ser dentro” [delas mesmas] se projetam nos outros... E se entregam sem pudores...
E, lembram de tudo, com exceção delas próprias... Se alimentam de ilusões que elas mesmas criam... Vivem como comensais...
Querem usufruir o calor dos sentimentos que não mais possuem...
Não se adentram no “mistério” que a todos chama Como a estarem sugadas por um sono ou, quem sabe, pela própria morte dos sentimentos...
E se apegam à verdades mentirosas que o mundo ensina e que a elas são promessas de gozo e prazer...
E as repetem como se fossem palavras sagradas...
Vivendo como sombras, espectros, dos outros, e mais nada... Se muito um repasto...
Minhas horas passam como as de todo mundo Mas co’a diferença que não passam em vão...
Deslizando meu'olhar sobre esse gelo...
Estremeço... Mas o calor d'amor faz meu coração pulsar mais forte...
O ar frio não me subjuga...
Eu vivo cada minuto de meu tempo E respiro cada segundo que a Vida me oferta E a ela sou sempre grata...
Não sou esta montanha que se oferece...
Mas um dia o degelo virá...
E ela que vive d'aparência...
Se perguntará:
o que fiz de minha Vida?
*** *** *** Juli Lima e H
Enviado por Juli Lima em 06/02/2023
Alterado em 10/02/2023 |