[O “Calor” que não mata...] (Dueto)

[O “Calor” que não mata...] (Dueto)

A curiosidade
Desperta bem cedo
Basta observar as crianças...

Tudo
É por quê?
Por quê? Por quê?

A criança
É naturalmente
Curiosa e tudo quer saber...

É nata
Exploradora...
“dos mundos”...

Ela é uma caça-mistérios...
Apoiada em seus
Por quês [???]

Nós adultos
Também temos “curiosidades”
E nos alimentamos de por quês ao longo da Vida...

Nossos [por quês?]
Creio que nem com a “morte” cessam...

A curiosidade
É um diferencial
E uma aliada do saber

Se há um “mistério”
Haverá perguntas
Algumas,
até sem respostas...

Há pessoas que não demonstram
Curiosidades...
Estão satisfeitas com o que “sabem”
De si e do mundo...

Perderam o fascínio pelo mistério... (quase todos)
Mas, não eu...
Vivo [eu] no meio de almas semivivas
Cujas vidas sufocadas estão em mil rotinas
E, destarte, não percebem nada
Nem a vida, nem a morte...
Respiram...
Nem sei que gosto sentem nestas suas vidas desgostosas
Já que desatentas estão... para tudo
Ou quase tudo...
Respiram,
É fato...

Ao contrário,
Do pardal que hora vejo
caído no chão... inerte, sem respirar
(morto?)
Toco-o...
Oh! Como ele está frio e estático!
Já não mais respira...
O coraçãozinho
Já não pulsa...
A essência
Que o vitalizava se “foi”...

Par'aonde foi o seu calor?
Será que a mort’existe ou apenas mudou a minha percepção?
Estará, um dia, o corpo separado de su’alma?

Uma vida (no tempo) e cada ser com seu tempo...
E nela tod’uma história, alinhavada
E entrelaçada ao tempo...
Numa “distância” concreta
do seu “nascimento” até a sua “morte”...

Ou será qu’em verdade não morreu?
[curiosidades e perguntas que sempre nos fazemos...]

Observo novamente aquela [estática] avezinha
E concluo para mim mesma:
A vida é feita de movimento e energia...
E a energia se faz (sensivelmente) em calor
E deste modo somos todos
Uma usina particular
De calor...
Nossas células
Ativamente produzem calor
mantendo nossas condições vitais...

Não é atoa que se diz: “Sol é Vida”!
A vida na Terra depende do calor do Sol
E a manutenção de nossas “Vidas” dependem
Do calor produzido pelas nossas células...
Nossas mitocôndrias trabalham incessantemente...
Nos “alimentando” energeticamente...

Se cessa a produção da energia...
“morremos” fisicamente...
E, assim humanos ou não [todos]
Estamos de certa forma
Irmanados
...pela “energia universal”

Ninguém é separado de ninguém,
Tudo energeticamente, está conectado...
Há uma ligação entre os seres
E a natureza...

São por quês e mais por quês?
[Ainda sem respostas...]

Talvez por isso o Criador nos peça para que nos amemos uns aos outros...
[“Ame o próximo como a si mesmo”. (Mateus 22:39)]
Porque, somos todos UM...
Frutos do Amor
dEle...

O pardal frio...
e sem movimentos...
Será essa a sua derradeira
metamorfose?

Será que um dia o Sol s’esfriará [igualmente]?
A ciência, afirma que sim,
Nem o Sol...
Essa magnífica estrela de primeira grandeza,
Fugirá da metamorfose...
Tudo se transforma...

Ah! O sol...
A que está o tempo todo a irradiar seu calor
Perderá a sua chama como um palito de fósforo por que se consome?
Ele, o Sol...
Ainda nos doará
Seu calor e energia por muito tempo...

Tudo no universo
Tem uma, peculiar, narrativa...
Tudo tem uma razão, peças que se encaixam
E movimentam a Vida... Tudo se move pela energia do Amor...

Ah, o Universo!
Em que nele não existe nada aleatório
Lei do karma a estar em seu coração e no coração de tudo?
Energia e entropia...
... interligados

Se tudo morre (como aquele pardal), morrerá também o universo?
E par’onde enterrado será tudo?
Terá no cosmos um “cemitério” em que nele tudo ficará?
Sim, as estrelas e os sóis serão apagados
Os cometas estarão parados
A Terra
a que não mais girará?

Um caos cósmico?

Sim! Seria... um zerar TUDO...
Se não houvesse a Energia do Amor
Que tudo energiza...

[Tudo está mergulhado
No Amor divino...

O “Calor” que não mata...
Mas que vivifica!

Juli Lima e Cássio Palhares

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