[A INVISÍVEL luta] (Dueto)

[A INVISÍVEL luta] (Dueto)

Acordo
Nem bem desperto
Ainda insone, sinto o hálito da inquietude...

Dormi pra esquecer
Mas não esqueci
A boca amarga...

Quisera
Me entorpecer pelo sono
mas a Vida, como o Tempo, continuam...

É hora
De levantar
E, LUTAR NÃO LUTANDO
(seguindo uma estratégia budista)
Ou mesmo de Gandhi
E, porque não
De Mandela?

Eu preciso
Mesmo que no silêncio
Enfrentar meus “obstáculos sombrios”
Sim, eu preciso, sem me fazer de vítima...
Encarar, de olhos abertos, os “Fantasmas” de meus medos e anseios
E, até os Duendes de meus mil desejos e vontades! Que tanto me atormentam!

“Fantasmas” o seja lá o que forem. Quantos a me sacudirem!
Estes contínuos espectros a me impedir
o gosto de aqui s'estar
Ou, o que pior, a me impulsionarem
a fugir o mais rápido...
...daqui

[Mas, onde é o aqui?
Se onde estou
Ou vou
Estão?

Estarão apenas onde estou?
Ou apenas na minha cabeça,
Na minha mente e pensamentos?

Fugir?
Ficar invisível?
Não, não vou me acovardar!

Não! não irei com nenhum deles lutar ou brigar
Para que em minha mente,
não venha a abrigá-los

Não vou,
Não vou mesmo alimentá-los...
Não é para isso que os ensinamentos servem?

Pois, não é?
Se as relações se dão por sintonias
Quanto mais neles eu passar pensando, os estarei alimentado...

Fazendo de minha mente
Um farto e letal
Banquete...

Não é saudável
Dar créditos à inquietação
Causada por um “Fantasma” ou imaginação...

Preservar
A saúde mental
Acolher o emocional...

E destarte será a minha tática nesta “guerra santa”
N'ausência do confronto o inimigo não terá como a lutar
(não comigo)
Ao contrário de tantos que consigo mesmos guerrearam
E, portanto se machucaram... e sucumbiram

Abrirei
Trincheiras
Com versos e prosas...

Resgatarei
Todos os momentos felizes
E sonhando acordada, caminharei cada dia...

Todavia, desde já não se trata de nenhuma covardia
Mas d'uma lúcida estratégia de vencer
a maior de todas as guerras
A constante batalha mental
de cada um...
E nest’agora tão minha...

E quantos nela morrem... ou se matam!

E, eu?
Não matarei,
nem tão pouco morrei!

Por Amar...
Recuo e esperarei...
“Pacificamente”, lutando com versos...

A INVISÍVEL luta...

Juli Lima e Cássio Palhares