[Ah, essa ANSIETUDE!] (Dueto)

[Ah, essa ANSIETUDE!] (Dueto)

É um estado de alerta
Uma tensão que não relaxa
Um atropelar o próprio tempo...

Um tempo
Que o Tempo
Nos presenteou...

No “Mundo”... somos filhos do Tempo
Mas carregamos em nós a semente do Eterno
E, paradoxalmente, somos “ansiosos”, vivemos ansiosos...
Como são breves as horas em que nela nos aprazemos!
E como são longos os segundos quando afastados estamos
... de quem amamos!

[Ah, essa ANSIETUDE!
Nós dois... um pel’outro... apaixonados
Temos pressa d’encontrarmos (todos os dias)
Não suportamos o “sumiço” d’outro (de poucas horas)
E o Tempo, compassivamente, vela a noss’angústia (com versos)
Já que penoso é [para nós] esperar...

Dizemos “eu te amo” bem baixinho (n’ouvido um d’outro)
E como gostamos de assim o fazer...
Mas, se “distantes” estamos
Não nos furtamos
De escrever...
“eu te amo”

[Ah, essa ANSIETUDE

Não nos contentamos
em uma única vez
escrever...
“eu te amo”

É um “eu te amo” pra lá
Mais de um, “eu te amo” pra cá
E nesse vai e vem eles se multiplicam...

E o tempo?
Passa e não passa!
[Ah, essa ANSIETUDE

Conto os segundos [todos]
Se longe de você estou
E quando juntinho
Esqueço a existência deles...

[Ah, essa ANSIETUDE

Que marca nosso tempo
Com um compasso
Não binário

O tempo para e pro amor
É sempre um tempo
Acelerado...

E para o amar
O compasso se altera
É mais complexo, se faz infinito...

Por que é o infinito?
Não sei! É o que
Sinto...

Começa aqui
Dentro de meu peito
Vibra num compasso não binário...

[E se expande...
pro infinito
Ecoando...

E U T E A M OOOOOOOOOO

[Ah, essa ANSIETUDE!

Juli Lima e Cássio Palhares