[Não sabem o que estão perdendo...] (Dueto)

[Não sabem o que estão perdendo...] (Dueto)

Amor,
Somos
Ou existimos?

SER?
Existir?
Existir e ser!
Seriam verbos análogos?
Seria a mesma coisa... existir e ser?
Vês... com que olhos a vida?
Desta a mais parecer ser qual uma bolha de sabão
... a se desfazer com o tempo
Ou como um eco a s'esgotar em poucos segundos
(comparando-a, ainda que longa, co'a eternidade
Tudo aqui seria qual um gozo volúvel e, portanto, inútil?

Ser e existir!
Ser, a meu ver, a essência eternal
Existir, um elemento em sua natureza... temporal
Há coisas que definitivamente os olhos não veem
Enxergam formas, pelo contrate da luz...
porém não a essência (que anima as formas)
E a gente nunca sabe contemplar o belo (de verdade)
Talvez, porque os olhos da alma
Também necessitem ser
Treinados para ver
Ver o essencial...
Ver no escuro
Da carne...
Ver...
O Ser
Que existe
E, vive em si
Inúmeras
Metamorfoses...
E que em Amor
Se entrega
Sem reservas...
E se deixa
Ver
E sentir...
E que por segundos
Prazerosamente
É no outro...
Se morre
E se feniza
No êxtase
Do Gozo.

Quem aqui poderia ver beleza na morte?
Quem poderia transcender
o seu ato
de ver
E,
SER...

Ser... e... existir
Existir... para ser?
Mas, quem "é"... aqui?
Nós...
Um na temporalidade
Do outro, sendo
Um no outro...
Existindo
na temporalidade
Um do outro...
Somos...
Nos ousados toques
.... temporais
Mas que desperta
Desejos d’alma...
E nest’hora...
nem temos sede d'eternidade...
Ainda que desejamos a continuidade (de nossas “intensidades”)
Descobrimos, inebriados,
Que para ser (totalmente)
faz-se preciso...
que transcendamos...
um n’outro...

Que pena!
A maioria das pessoas
Não se permitem
ser n’outro
E, então somente...
existem!

Pois é, Amor...
Não sabem o que estão perdendo...

Juli Lima e Cássio Palhares