![]() [A Morte, Musa da Filosofia...] (Dueto) No presente do indicativo a que vivo agora Meu Deus! Seria somente eu? Já que muitos parecem hibernar n’uma espécie de “pretérito imperfeito” ... que é viver somente de suas memórias (e d’um tempo que foi embora) E, portanto, sacrificam o momento d’agora Ancorados no ontem Se fazem surdos Ao Hoje... A Vida Pulsa nos peitos Mas não ecoa, nem repercute... Em vivos corpos Almas em letargia Retardam a metamorfose Amedrontados pela “sombra da Morte” Se “escondem” Da vida... Se negam A plenitude Do Viver... O Homem “Animal” metafísico Único a se dar conta da própria morte... “Privilégio” Que em contrapartida o faz “sofrer”... Ao ter que conviver com a certeza de que morrerá... Ao ter que encarar a morte... O homem a torna musa Da Filosofia e poesia... Sabe Que vai morrer... Sabe? O que é a morte? Que sentido a teria? Seria mesmo o fim da vida? Por que queremos ser eternos? Ou na verdade somos (embora esquecemos)? Será que ela – morte -realmente não faz distinção de pessoas? Meus lábios desenham um sorriso de compreensão... Porque a minha mania de querer tudo indagar não me deixa perder uma oportunidade... Caminhando pela Zona Sul d’aqui do Rio, Mais precisamente em Botafogo E passando ao lado de um dos mais famosos cemitérios Da Cidade do Rio de Janeiro, Quiçá, do Brasil, ... com seus faraônicos túmulos: O cemitério São João Batista A ser também – e não é mesmo? - uma rota de passeio turístico Quanta gente famosa ali enterrada (ou “engavetada”)! Um número enorme entre escritores, músicos, artistas, ... políticos, personagens da História deste nosso Brasil, tais como Tom Jobim ,Olavo Bilac, Cândido Portinari, Carmem Miranda, Chacrinha, ... Santos Dumont, José de Alencar, Vinícius de Moraes, Clara Nunes, Cazuza, Cecília Meireles, nove ex-presidentes da República, entre outros... Ah! o famoso cemitério São João Batista! E não é que vejo algumas pessoas por ali passeando? Turistas, ou, quem sabe, “necrófilos”, sei lá? Pois é! Tem gente que parece que adora um defunto E, sendo conhecido ou famoso, nem se fala!... Cultuar defuntos! Definitivamente para mim a ser um prato indigesto! Mas, fazer o quê? Há quem goste (já qu’existe gosto pra tudo) E sendo assim, se acaso é para co’alguém, não é desta forma comigo Contudo, não é que tais nomes que ali hoje moram eu os detesto Oh! que ninguém venha a me interpretar mal A minha postura é outra Caso eu queira encontrar Cecília Meireles, Olavo Bilac, Vinicius de ... Moraes, os quais tanto os admiro, não será no referido cemitério ... que irei vê-los Buscá-lo-eis em suas obras Sim, nelas eles realmente estarão presentes Agora, fica-me outra pergunta: A morte é discriminativa ou não? E nest’hora alguém poderia me jogar na cara: Acaso você gostaria de ser enterrada neste cemitério? Ah! Até parece qu’eu me preocupo com isto! Pouco me importa se quando eu for ninguém venha chorar ... a minha partida O tempo é inexorável onde chegará um’hora em que todos ... serão esquecidos Nesta vida a ser, acredito, ser mais marcada por misérias e dores Ainda que muitos desejassem neste mundo ser eternos Destes que se hibernam ou em coma profundo estão (a qu’entorpecidos se acham em suas fantasias) E ainda que não querem vem a algoz com sua foice A ceifar nossas vidas... Ceifar? Ou dar acesso Para uma outra dimensão? Ai! como s’enganam os que creem que guardados ficarão ... para sempre em seus túmulos de mármore ou granito Eu, que não sou artista, música, política, Eu que não sou conhecida, nem para o mundo revelada E por não ser, diante os olhos d’outros a que não sou ninguém (ou mesmo nada), pouco me importa (estar ou não naquele espaço) Até porque eu prefiro (e quero) ser cremada... Cremada? Sim, cremada! Nada de velório, No máximo a minha playlist de fundo Enquanto as questões burocráticas transcorrem... Lembro que os índios cremavam seus guerreiros Tal qual o fizeram, no passado, hindus e gregos As minhas cinzas serão lançadas no mar... Paradoxalmente Ao se pensar na morte O sentido da Vida, vem à mente... Se eu ergo o véu da Morte A face iluminada da Vida Vislumbro... A Morte, Musa da Filosofia Dialoga comigo em versos... Juli Lima e Cássio Palhares *** “Toque de Silêncio (Taps)”, a sua origem. (Ouça) Blowin' In The Wind by Jessica Rhaye and the Ramshackle Parade (ouça) [SONHAR, é o primeiro passo pra REALIZAR!!!] (Dueto) Cássio Palhares Hovadick e Juli Lima (Click) *** *** *** Imagens- Google Juli Lima e Cássio Palhares
Enviado por Juli Lima em 21/02/2022
Alterado em 26/02/2022 Comentários
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