[O Pescador e o barco...] (Dueto) A brisa Desalinha meus cabelos E me acaricia as faces, liberta meus suspiros... A areia da praia Massageia-me Os pés É prazeroso Caminhar com os pés descalços E a alma despida de inquietações e angústias... Meu olhar Voeja com as gaivotas E desliza, suavemente, sobre o mar... A Natureza Com sua beleza E sinfonia me emociona... E quem não se emociona Com o pôr do Sol? Quem? Meu olhar vagante Encontra, um pescador e seu barco... Meu coração Se agita e descompassa... Minhas pernas fraquejam e travam... A visão Fica nublada Lembranças de meu pai! O pescador E seu barco saídos do mar Me faz voltar no tempo... Ele, a mirar o mar... Com uma das mãos a tocar no barco... E a outra a tocar seu próprio peito... O velho pescador Após a labuta daquele dia A mirar o horizonte de seu amado mar... Imagem Emblemática É tão conhecida minha... O que ele estaria a ver? Quiçá, um ponto fixo Ou não estaria a olhar... Para o “nada”? Ou estaria, quem sabe, a ver O futuro (d’outro dia)? O que sucederá amanhã? _ Será uma “boa pescaria”? Ou retornarei com a rede... vazia? Ou talvez, como meu pai... Em seu momento de agradecer Por estar de volta, são e salvo... Agradecer Pelos ventos E pela pesca... Lembro que meu pai A cada madrugada, Observava os ventos... Escolhia as redes E seu Kit sobrevivência Emburrava-o para as águas... Olhando para o céu Seus lábios se moviam Rogava ao universo pela vida... Pulava no barco, Molhava a mão direita E fazia o sinal da cruz... Pegava os remos E se afastava da areia Ainda em prece... Já mais distante Acenava pra gente... Ligava o motor de centro E, partia com seu barco... Ele e Deus (como ele dizia) Pra uma nova e desconhecid’aventura... E, portanto, A cada dia, com Sol ou Chuva, Sempre uma nova... Luta... (pela sobrevivência) Com o coração Esperançado Na benção De seu Amado Mar... (E de Deus, é claro!) A pescaria de seu dia, um novo Recomeço, então? Com os olhos Brilhando de emoção Murmurava: Por que não? Com certeza, e deste modo A lembrar bem a vida... “Árdua”... de cad’um que vivia da pesca... A angústia, da escassez... É um tempo mental, tempestuoso A machucar a quem não ama... A esperança. Ele tinha fé... Confiava em Deus E no seu amado Mar... Olho mais uma vez Para o Pescador e seu Barco... Haverá incertezas a agredir su’alma? Que pensamentos estarão a dialogar com aquele calejado Pescador? E o que ele estará a olhar? Talvez, nada! Na verdade Ele está Em silêncio A agradecer A farta pescaria Daquele dia! Sim... Em seu barco Há muitos peixes... Ah! Meus olhos Marejam... Um vento Sul Agita minh’alma Saudades de meu Pai! O pescador que um dia Apontando pro Céu e pro Mar me ensinou a nadar e a Pescar Sonhos... Juli Lima e Cássio Palhares JOGA A REDE NO MAR -- LUIZ CLÁUDIO (ouça) JOGA A REDE NO MAR - DÓRIS MONTEIRO (ouça) Canoeiro (Dorival Caymmi) (ouça) Armandinho - Pescador (Ouça) Bóreas (N), o vento norte, frio e violento; em latim Aquilon.
Zéfiro (O), o vento oeste, suave e agradável; para os romanos Favonius. Euro (L), o vento leste, criador de tempestades; para os marinheiros romanos Vulturnus. Noto (S), o vento sul, quente e formador de nuvens; em latim Auster. Ventos menores
Cécias (NE), o vento nordeste
Apeliotes (SE), o vento sudeste Lips (SO), o vento sudoeste Siroco (NO), o vento noroeste (Wikipedia)
Os ventos influenciam a pesca O leste é o vento do bom tempo. O Vento Sul é o vilão da história ,é o vento do frio e do mau tempo. Transportado para a pesca, o vento leste significa situação favorável e o vento sul é associado ao quadro negativo. Ambos influenciam o mar, provocando correntezas laterais, esquentando ou esfriando as águas. O Pescador observa se o mar está batendo muito, correndo fortemente para a esquerda, com ondas sujas, então logo conclui que não deve esperar farta pescaria, mas se o Mar estiver correndo para a direita, é sinal de que está entrando ar quente de vento leste e os peixes deverão estar mais perto e mais ativos e a pesca poderá surpreender... E, se o mar estiver calmo, sem correr para nenhum lado, com ondas pequenas, cadenciadas e bem brancas, é porque há calmaria no ar. Esta condição do mar dará ao Pescador uma situação das mais favoráveis para até entrar e permanecer na água, sem ter de brigar com as ondas, sem tremer de frio e sem se cansar ou mesmo pescar direto da praia, sem entrar na água. Em compensação, a pesca não será das melhores, pois não encostarão peixes graúdos nem haverá muita movimentação dos cardumes, efeito esse causado pela “calmaria”. (http://www.falandodepesca.com.br/2012/?p=12547) *** [“Belém, Belém, nunca mais estou de bem"] (Dueto) Cássio Palhares Hovadick e Juli Lima (click) *** *** *** Imagens-Acervo Pessoal (CP) Juli Lima e Cássio Palhares
Enviado por Juli Lima em 19/02/2022
Alterado em 23/02/2022 |