Pensentires em Prosas, Versos e Sonhares.

Voar junto e dar ASAS aos Sonhos, amplia possibilidades, de viver-se intensamente.

Textos





[O amor, eis o nosso céu...] (Dueto)


Caminho solitária (ou talvez não!)
E sigo... pés desnudos...pelas areias da praia do Leblon
Tarde cinzenta... um pouco chuvosa
E vejo... e contemplo
Não sei se um... (ou, quem sabe, dois, sei lá!?)
Morro dois irmãos
Envolto suas pedras por vivas nuvens
E, assim, prossigo meus passos
E prendo-o em meus olhos
Uma tela viva diante de mim...
Traços precisos e pinceladas sublimes...
Por alguns instantes paro
Fecho os olhos
A maresia
a me invadir o olfato
Cheiro de vida...

O sol a s’esconder por detrás das nuvens
A sombrear o morro
Porém, não lhe rouba [de form’alguma] sua beleza
Pelo contrário, ainda mais aumenta
Uma mistura de tons
E cores...
Me emociono...
E naquel’hora eis que me vejo qual uma monja
E em posição de reverência me curvo diante dele
Saúdo-o de mãos postas
Namastê!
E sorrio pra’ele
Agradecida
Pelo PRESENTE
Que sensibiliza
Minh’alma...
E, de repente, me viro para o mar
Suas ondas verd’escuras e tão bravias
A vir d’um horizonte infinito aos meus olhos
(embora finitos sejam)
Eis que surgem reflexos prateados...
Como se o Sol, por instantes,
Acariciasse as águas...

O Sol e as Ondas...
Amorosamente
Se amam...

Ali, um idílio,
Diante dos meus olhos...
Que marejam de saudades...
Ah, o Sol a Amar
As águas...
Em meu peito o amor também pulsa...
O amor viria até mim somente n’horas de tristeza?
Meu Deus! O qu’estou a dizer?
Não se trata de tristeza (muito menos melancolia)
É... Saudade

Saudade
Incontida...
Que à revelia
Umedece meu olhar...

E eis que o tempo dest’hora a m’inspirar a tecer estes meus versos...
Oh! ai de mim se lembranças (de quem amo) não tivesse
Ao qu’eu não seria capaz d’escrever... cois’alguma

Não, não, não...
Ingrata eu seria...
(O que não sou)

Suspiro
Profundamente
Deixo que o ar marinho
Acarinhe e afague as lembranças...

E, então, sigo caminhando... pela praia
A deixar meus pés se molharem pelas ondas
E a baterem em minhas pernas,
Mãos em concha
Encho-as
E lanço a água pro céu...
Gotas prateadas
Tocam-me as faces...
Se misturam
Às lagrimas...

O pensamento voa pra longe...
E a boca
Sussurra:
Não t’esqueças qu’eu te amo, meu amado
Não t’esqueças, não...

Levo as mãos
Ao peito e sinto
O coração acelerado...

Nas vivas horas em que nelas minh’alma segue
Volto outra vez a contemplar o morro
Tendo as ondas a me acariciar
Os pés desnudos...

Ah! Como é gostoso caminhar pelas areias da praia do Leblon
Como é saboroso à vista e a todos meus sentidos
Como é prazerosa a sensação
De pertencimento...

Volto os olhos ao imponente morro
E me pergunto:
Quanto tempo ele está ali?
Ah! Deixa pra lá!...

Amor... amor... meu amor
Ond’estás [agora]?
E o morro a m’escutar [o clamor de minh’alma]
Ao qu’ele ri de mim (agora)
Oh! Quantas gargalhadas ele já não deu ao ouvir meus rogos!

Céu... e mar
E sob os meus pés... terra
Areia molhada...

Sou mar
Ele é terra
E naquel’hora o morro a ser testemunha de nosso amor

O amor, eis o nosso céu...







Juli Lima e Cássio Palhares















Latino - Te Namorar (ouça)















[O amor, eis o nosso céu...] (Dueto)
Cássio Palhares Hovadick e Juli Lima (Click)




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Imagens-Acervo Pessoal
 
Juli Lima e Cássio Palhares
Enviado por Juli Lima em 16/02/2022
Alterado em 21/02/2022


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