[Olhando o Mar...] (Dueto)

[Olhando o Mar...] (Dueto)

Olhando o mar, ponho-me a divagar...
Haverá uma distância de tempos... no oceano?
Pergunto d'outra forma: O mar de hoje é o mesmo mar... de ontem?
(ou mesmo de dez séculos atrás?)
Haverá quem diga que sim
Haverá quem discorde
E haverá quem nada diga...
Mas haverá
Quem uma única vez
Tenha olhado para o mar
E não tenha se questionado?

Mas, pergunto outra vez: O mar seria o tempo todo... o mesmo?
Haverá tempos diferentes pro mar e pra nós?
Estamos sujeitos às mudanças e metamorfoses
E o mar não estará agasalhado
pelo dinamismo natural
Que a tudo envolve?
Assim, reporto-me e me apoio n'antiga máxima:
O homem não pode entrar no mesmo rio... duas vezes (não no mesmo rio)
Mudanças!... Tudo muda... o tempo todo...
O mundo... o pensamento...
o Homem...
...a Vida

E o Mar?
Ah! Esse Mar...
De quase infinitos marejares
Que vai e vem sem parar...
De vazantes e cheias...
E, marés de lua...
Mar daqui
E de lá...
Mar...
Meu Mar...
Não importa
O lugar...
Mar de tantas marolas
Mar de superfícies
E de profundezas...
Mar de infinitas belezas...
Mar de águas frias
E águas quentes...
Mar de calmarias
E de Tsunamis...
Mar de navegares
E de versos...
Tão igual
E tão diverso...
Como a gente...
E, portanto,
se ninguém é o mesmo de ontem
Nem poderia ser
Os pensamentos mudam
(as visões da vida... e do mundo)
As vontades mudam
Os anseios mudam
Os entendimentos mudam
(os paradigmas... as leis... os dogmas...)
Os desejos mudam (são outros)
Os sonhos mudam
(constantemente são trocados... substituídos)
Os projetos mudam (nunca são... os mesmos)
E deste modo tudo o qu'existe... são mudanças...
O mar que agora vejo...
É único...
Ao que se conclui: O mar d’agora
não é o mesmo mar
de outrora...
nem de dez séculos atrás
(Ainda que seja...
Aparentemente,
o mesmo mar).
Olhando o mar... me vejo

“H” e Juli Lima