[Traços humanos...] (Dueto)

[Traços humanos...] (Dueto)

Os olhos de Deus...

Os cabelos dos ventos...

Os abraços do Tempo...

As vozes do Céu...

Os arroubos da Vida...

Os segredos das pedras...

[Traços humanos...
Características e analogias “emprestadas”
Por nós, para tentar compreender o que somos

Humanizamos
No afã de pertencer
E, atribuímos sentimentos...

[Traços humanos...

Mas, seria só... com o tempo?
E quanto ao céu... e ao mar?
E quanto a tudo o mais... na vida?
Quantos humanos atributos... quantos traços não damos!

O Tempo!
Que imagem se pode ter (ou mesmo dar)... do futuro?
Seriam as cadentes estrelas lágrimas de Deus?
Seriam os segundos das horas o compasso do seu coração?

A mão do tempo!
A tudo fazer, n'uma criação que jamais s'esgota
E as neblinas do inverno a embaçar os seus olhos
Até chegar os suaves hálitos da primavera

[Traços humanos...

Tempo humano!... (ou seria "divinamente" humano)?
E como haveria o tempo sem que nele ninguém estivesse?

Dobrarão os joelhos do tempo ante o Homem... um dia?
Quem sabe!?
Quando o Homem se lembrar que também é divino (em su'essência)

Que diremos de nós, meu amor?
Houve um tempo, sim, deveras que houve
Em que os dias tenebrosos estavam e inquietavam

[Traços humanos...

É verdade, estávamos às escuras (mesmo de dia)
N'um breu a que eterno parecia
D'um tempo em que nenhuma melodia se ouvia

Foi-se,
graças a Deus,
embora este tempo...

Oh! Que diremos, então, meu amor?

[Traços humanos...

O Amor nos enlaçou.... Silente...
Não se fez de rogado, e nada perguntou
Simplesmente, pegou duas pontas e com elas um laço fez

Um laço
que não tem pontas
Por que todo laço de amor infinito é

Assim... Queiramos ou não

Somos laços eternos...

[Traços humanos...
E como nos sentimos agora?
Despertos! Sim, despertos...
Sentindo como se o ontem também acordasse...
E, da penumbra saísse para viver, sem véus, um novo hoje...

É preciso deixar o passado no passado...
Olhar pra ele como se fosse uma relíquia de museu...
Um registro de suma relevância para o que hoje somos...

[Traços humanos...
Mas, passado é passado...
Á água que foi, já não move o moinho
O presente necessita de novas e cristalinas águas

O Hoje, é presente d'um tempo que tanto s'escondeu de nós
Quem sabe, visto que não estava ainda no tempo...
(do reencontro)?!

[Traços humanos...
Características e analogias “emprestadas”
Por nós, para tentar compreender o que somos

“H” e Juli Lima