[Desarrumando para arrumar...](Dueto)

[Desarrumando para arrumar...](Dueto)

Faxinar
Gavetas
Pensamentos...

Nas gavetas... da memória, “coisas tantas”...
Quantas coisas: Lembranças... vidas... estórias
A escrever - tudo isto - de cad'um... a su'história

Pontos
Vírgulas
Sem ponto final

Nas reticencias
Das lembranças
Muitas vivências

Nas gavetas e divisórias dos pensamentos... d'outrora
Experiências várias... (vivências alternadas)
Na anamnese do que foi a vida... (e, sobretudo, o viver)

Vírgulas
Alinhavando sem nós
Pensamentos e Sentimentos...

[Abstrações...

Desarrumando para arrumar...
Interessante que quantos preferem sofrer
E, assim, eis que se lembram somente dos invernais tempos
Como a que não provaram as cores da primavera e o perfume das flores...
E, quanto a se remoer (por dentro):
Recordação de rancores... desagrados... dissabores

Ai! Quantas coisas se devem separar de tais gavetas!
E ter a coragem... de jogar fora... incinerar?
Sim, e não reciclar esse maldito lixo

Sendo o mais estranho que,ainda que saibamos que nos suplicia e incomoda...
... parece que impregnados estão... em noss'alma, qual carrapatos
(No que, de certa forma, não conseguimos largá-los...)

Sim, eis que procuro fazer isto: Desarrumando para arrumar...
Separar toda essa sujeira... todos esses entulhos (sei lá qu'outro nome mais dar)
Dest'esgoto a que se tornou, muitas vezes, minha memória insana...
Mas, por não sei que razão, não consigo dar descarga...

Todavia, insisto...
em tirar tudo o qu'em mim sobra...
todo este meu lixo, tão emocional e apodrecido...

Ah! Não sei se o mesmo acontece com você....
Mas sempre que "arrumo" meu “armário”
Descubro que ele encolhe

Sempre sobra algo (muitas coisas)
E eu não entendo...
O por quê?

Mas, oh! De certa forma...
Respiro bem aliviada...
Com “o enigma”...

E, como me alegro
quando o vejo, assim, "encolhido"!
Sinais de muitas coisas... qu'eu joguei... fora

Abrindo mais espaços...
Faxinando-me
Pra sorrir...

[Desarrumando para arrumar...

“H” e Juli Lima