[...guerras internas] (Dueto)

[...guerras internas] (Dueto)

Às vezes "CRIAMOS guerras desnecessárias
E como saímos feridos...
Um Superego implacável... a açoitar o agitado Id

E... por não compreendermos... a nós mesmos
Caímos como presas fáceis... na armadilha da Mente

"Bem-aventurados os puros de coração... porque verão a Deus"
Puros...! agora adultos?
E... por que não?

E, de repente, chega “algo” qu'eu não conheço!
E me sacode... e me agita...
Que, pois, farei?
Reprimi-lo?
Negá-lo... em mim?
Mas... nest'hora em qu'ele de mim se apodera
[seria sensato contr'ele... lutar?

Por que não fazer com ele um "tratado de paz"
"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém.
Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine"

Dominar-me...!
Não, não deixarei por nada dominar
Contudo, o amarei
E por quê?
Simplesmente porque se a mim se achegou
[é porque alguém o me ofertou

Tristes d'aqueles que rejeitam os presentes que a Vida os oferta
E nem abrem seus pacotes

Felizes os que vivem... no discernimento moderado de tudo
E olham para tudo
e contemplam... tudo
Vendo tudo... com amor

Louvada seja a Vida por tudo o que ela me deu
Louvo as batalhas e as guerras internas
Qu’ela me concedeu...

Não, não serei ingrato com Ela
Por que sei que tudo o qu'Ela me deu
Assim o fez... por amor

Por amor...
Não, não vou bater nenhum chicote em meu dorso
(como fazem tantos em obediência aos seus tolos credos)
Ao que não acreditarei que o prazer seja um pecado

Então, não lutarei
Para quê
Lutar assim é perda de energia

Não lutarei
Nem contra o mundo
Nem contra mim mesmo
E quando não luto... não estou em guerra
Onde tudo em mim nest'hora... é só paz... paz... paz

... e amor

Não é mais sensato ser assim?

Que me atirem pedras...
Aquele que com guerras internas
Nunca conviveu...

Fausto de Deus e Juli Lima
[10/11/20]