[Deliciosamente poética] (Dueto)

[Deliciosamente poética] (Dueto)

Que coisa estranha... é essa qu'eu sinto...
[e eu não sei o nome
Qu'estranho...!
Mas, do medo de tudo o que m'estranhava
ao que também não conhecia
Desta "cosia"... eu medo não tenho
Pelo contrário, ... eu desejo

Fogos'alma a que s'encontra nest'hora
[invadida... por essa sensação... estranha... mas saborosa

Todavia, diz para si que sente falta de quem ama...
Mas, vivemos n'um entre dois planos... duas dimensões:
Uma física... ou espiritual
Qual delas é então... a mais real?
Por que se for a segunda, por que a diga a estar sentindo falta
[de quem com ela a tod'hora s'encontra?

Mas, verdade, é que a outra parte reclama a su'ausência:
Como que um vício qu'em tal grau a domina...
Ah! que vício... estranho!... E soberanamente forte... dominador

E agora, fico-me, pois, a pensar:
Como um cego "vê" a quem ama?
Vê-lo-ia, quem sabe, suas palavras?
(E por elas se apaixonaria?)

Que as palavras, quando sinceras são,
também pulsam não há dúvida
Como aqueles que se amam...
e por suas presenças... clamam
Nesta taquicardia a invadir-lhes seus peitos...
Nesta "coisa" estranha que dá um friozinho na barriga...
Que fazem as mãos tremerem... e as pernas bambearem...
Mas que não sabem definir... essa "coisa" estranha..., mas tão gostosa...
[Deliciosamente poética]

Fausto de Deus e Juli Lima
[03/11/20]