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Doenças? Não, SAÚDE*!
Não há “doenças” Há “doentes” Por quê?
Energeticamente... Nos descuidamos... Baixamos a "defesa"!
A Saúde física é interdependente da psíquica.
Pensamentos felizes e otimistas!*OMS – SAÚDE - "o mais completo estado de bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças", NEU* e a SomatizaçãoSOMATIZAÇÃO das doenças | Não basta buscar a verdade, é preciso saber expressá-la | DR. Luiz Carlos Formiga
| Hoje abril de 1992 sou paciente terminal sem data marcada. Ser humano comum, que não ousaria denominar-se sadio, porque saúde não se caracteriza unicamente pela ausência de doença ou enfermidade. Isto é uma crítica ao modelo biomédico porque é necessário ressaltar a importância da angústia, decorrente de conflitos emocionais, na determinação de doenças orgânicas. Em Pediatria existem importantes publicações que ressaltam o papel dos vínculos afetivos e dos conflitos emocionais inconscientes em distúrbios como cólicas do bebê, distúrbios do sono, diarréia, vômitos, anorexia, asma, retardo do crescimento e desenvolvimento. Estes fatos parecem recuperar o aspecto central da existência humana, complicado por parte do homem, de fazer com que os instintos obedeçam ao invés de governar. Lembro que estamos num país onde educação e saúde são importantes apenas durante campanhas eleitorais. Difícil encontrar pessoas saudáveis. Gente nos faz lembrar de Rogers, o psicólogo do trabalho centrado na pessoa. Ele coloca alguns princípios filosóficos a respeito do ser humano. Seriam-lhe inerentes a liberdade, a dignidade e a capacidade de auto-determinar-se. "Saúde não é apenas um direito do cidadão e um dever do Estado. É uma liberdade que tem de ser conquistada para dar dignidade ao homem." O doutor Carlos T. Rizzini (Membro da Academia Brasileira de Ciências), foi muito feliz quando analisou, num artigo em 1976, esta questão da liberdade. Diz ele que os valores morais não têm qualquer significação para o mundo físico. Quando se examinam as propriedades da matéria nenhuma questão moral entra em cena. Uma droga poderá ser muito útil ou maléfica, conforme o uso que dela se faça; não é, em si mesma, nem boa nem má. Sendo o homem apenas matéria, a nossa ciência é ciência da matéria, assim no mundo científico atual é absolutamente natural que a ética não seja considerada. Estendeu-se as leis da matéria a todos os setores de investigação. Neste nível do conhecimento os valores éticos (de índole imponderável e imaterial) não se ajustam. Diz Rizzini que a Psicologia tem procurado manter estreita ligação com as ciências físicas e aceitado como substrato a doutrina materialista. O seu escopo é a "psicologia sem alma". No entanto, a própria investigação experimental fez emergir do fundo do ser humano funções inexplicáveis por intermédio das forças e noções materiais. A Parapsicologia moderna retoma o conhecimento já bastante antigo trazido pela Doutrina Espírita e pela Metapsíquica. A psicocinese, que é ação da mente, sem nenhum vínculo físico, sobre objetos materiais colocados à distância, introduz uma nova ordem de idéias, a existência no homem de um fator extra-físico. Com a adição da percepção extra-sensorial muda-se o panorama, pois revela-se um outro nível de conhecimentos, além da matéria. Estas observações retiram o fundamento materialista de parte da atividade mental, toca nas questões dos valores éticos e renova em bases científicas o manifesto do Sermão da Montanha. Sem a certeza da vida após a morte, não tem sentido falar-se em moralidade, a não ser que se cometa uma incoerência. Rizzini lembra que foi sobre a "pedra angular" do espírito imortal que Jesus fundou o Cristianismo. Seus preceitos éticos destinam-se ao aperfeiçoamento espiritual, com vistas a uma existência mais perfeita, nos dois planos. Assim o homem precisa conhecer a base factual sobre a qual se erigiu o edifício ético, para que a moral não tenha aparência de espuma flutuante. O primeiro problema a ser considerado é o seguro conhecimento da imortalidade da alma. Como sem livre decisão não há moralidade, surge o segundo que é o livre arbítrio. A certeza da presença de um fator espiritual no homem estabelece lógica e claramente a possibilidade da vontade livre, o que não é o mesmo que agir ao acaso. Na prática há liberdade de escolha, ninguém age como autômato e todos os sistemas de atividades humanas pressupõem que as pessoas dispõem de vontade própria para gerenciar a própria vida. O determinismo do mundo físico foi abalado no nível intra-atômico. Hoje existem evidências de liberdade de ação no plano material para as partículas físicas e organizadas. Os postulados da mecânica clássica começam a enfraquecer-se. Surge o conceito de possibilidade e acaso. Nasce a mecânica ondulatória, que é essencialmente estatística. Os físicos passam a afirmar que "não há existência objetiva fora da observação", que "as partículas só podem ser descritas em termos de probabilidade". O princípio de incerteza de Heisenberg, princípio de indeterminação, no nível atômico, significa uma brecha na causalidade, uma vez que o futuro de um sistema físico não está fixado, e nem pode ser previsto seguramente, no nível atômico. É como se cada partícula gozasse da propriedade de fazer determinada escolha, estando incluída na mesma ordem de idéias a desintegração espontânea dos elementos radioativos. Rizzini lembra ainda que também os seres vivos denotam o comportamento descontínuo de partículas elementares. Considerando os genes como átomos da hereditariedade, compara as flutuações (ex: sem vitamina C aparece o escorbuto) com as mutações (albinismo - falta de pigmentação na pele, cabelos e olhos) e comenta que se as primeiras mantém relação e continuidade com o meio, não sendo hereditárias, as segundas são independentes deste meio, não havendo nenhuma condição natural capaz de provocar o seu aparecimento. Não é o ambiente que as comanda. Com a mutação aparece a indeterminação no mundo vivo, já que não poderemos prever o momento de seu aparecimento e qual o resultado da sua expressão. Há existência de liberdade nas partículas elementares, físicas ou vivas e desta forma surge justificação racional da Ética, pela Parapsicologia, Física e Biologia. A investigação científica materialista colocou ao nosso alcance boas razões para penetrar no terreno da moral e ainda confirmou os resultados muito anteriores da pesquisa psíquica e espiritualista.
Estigma insuportável Somente a compreensão empática pode aceitar a regressão sofrida pela mãe e pela criança diante do quadro patológico. Que outra atitude poderia ser tomada diante de uma criança com o vírus HIV? Só a empatia irá permitir que esta criança seja olhada como " indivíduo único, específico e peculiar ". Sabemos que uma identificação excessiva não será útil na prática médica. Esses limites parecem depender da capacidade de intuição, de bom senso e de uma vocação profissional livre de conflitos. Esse caminhar junto com o paciente só possui na realidade um obstáculo que é o medo. O medo da morte nos revela, sob o ponto de vista humano, a nossa finitude mas é justamente neste ponto que o espírita, "com seu jogo de cintura", poderá apresentar uma postura facilitadora da empatia. Rogers baseado em valores, considerou importantes determinados comportamentos ou atitudes que deveriam ser observados pelos que lidam com o ser humano. Alguns verbos como sentir, gostar, amar têm o poder de resumir seu pensamento. Mas o "aceitar " transmite vibração especial. Enfatiza a aceitação incondicional do outro. O outro deve ser aceito como é. Não devemos exigir que seja, ou que venha a ser. É a aceitação do outro como ser separado, portador de sentimentos, valores, maneira própria de ser e de se expressar. Aceitação parece ser comportamento difícil de ser conseguido. É sinal de maturidade emocional. Um sujeito é algo particular em sua identidade, independente do que o médico nele percebe ou distingue. O objeto da medicina é um sujeito e por isso é também uma profissão que precisa reformular os seus diálogos. É difícil o seu discurso científico e tecnológico. Isto pode explicar a crescente dificuldade de comunicação, não só verbal, como também, intelectual e emotiva entre médico e paciente. Sabemos que tanto a absorção do jargão científico quanto a manutenção do sigilo médico visam em primeiro lugar o benefício do paciente. Mas, na era da comunicação, o hermetismo não é bem visto nem é saudável. Este comentário não procura confundir o sexto artigo da Resolução 35/91 do CREMERJ - " O segredo médico que liga os médicos entre si e cada médico a seu paciente deve ser absoluto, nos termos da lei e notadamente resguardado em relação aos empregadores e aos serviços públicos". Esta resolução, de 27 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre a responsabilidade ética das instituições e profissionais médicos na prevenção, controle e tratamento dos pacientes com Aids e soropositivos, foi elaborada por uma comissão a partir da verificação diária da evolução dos casos de Aids e de denúncias feitas por pacientes aos quais era negado tratamento e internação. Cabe à medicina procurar reformular o seu diálogo com o público sendo necessário para isso uma maior noção e uma melhor postura, no que diz respeito à responsabilidade profissional e maior conhecimento e consideração pela responsabilidade moral que envolve a sua atividade. Na verdade todos somos responsáveis quando transmitimos valores, atitudes, tabus, preconceitos e estereótipos. Nesses últimos anos temos presenciado, lido ou escutado muitos depoimentos que falam a respeito dessas coisas. Principalmente porque pudemos conviver com pacientes, ou ex-pacientes de Hanseníase, que chamam de Lepra por desconhecimento da origem do termo. São pessoas que não ouviram Menninger lembrar que a própria palavra câncer é tida como capaz de matar. A iatrogenia, que é a alteração patológica instalada no paciente por tratamento médico errôneo ou inadvertido, pode ser provocada por uma simples palavra ou por seu tom ou ênfase, quando a relação médico-paciente não se abre e fica restrita, fechada a atitudes e incompreensões. A solução não está em sonegar a verdade mas em desmistificar a concepção do sintoma ou da doença. A palavra ouvida pelo paciente quase sempre é hiperdimensionada por fatores multicausais, fato que pode criar situações iatrogênicas. O que é dito pelo médico, nestas circunstâncias, pode ser compreendido de forma distorcida e sentido como ameaçador. Soubemos de um caso em que a doméstica, ao receber o diagnóstico de Hanseníase, confundido pela lepra, foi à casa e deu veneno as duas filhas (5 e 6 anos). Não as queria leprosas. Duro saber que a infecção era do pólo tuberculóide, i.é., não transmissível. Com outro enfoque Hossne discute a responsabilidade ética da linguagem médico-científica afirmando que se não é adequada e utilizada por pessoas com "autoridade" ou "prestígio", pode conduzir à aceitação de conceitos equivocados. Diz que o extraordinário avanço tecnológico tem permitido o aparecimento de novas drogas e novos equipamentos, que o investimento financeiro, elevado, exige como contrapartida a venda de grande número de aparelhos e de medicamentos e, por isso, ao lado da promoção comercial, procura-se criar uma atmosfera de entusiasmo que, às vezes, leva ao uso inadequado da linguagem escrita ou falada nos meios médicos, transmitindo-se uma mensagem subliminar incompleta ou equivocada. O mesmo autor comenta a possibilidade da linguagem inadequada gerar a supervalorização de equipamentos e drogas, o "modismo" ou o "modernismo" e ainda outra conseqüência grave a tentativa de encobrir inseguranças indicando desnecessariamente a realização de exames sofisticados. Trabalhos desenvolvidos no exterior demonstraram que em 6.200 exames laboratoriais pré-operatórios realizados em 2.000 pacientes mais de 60% não se justificavam pela história clínica. Em relação a endoscopias digestivas 17% não tinham indicação assim como as coronariografias. Enfatiza Hossne que, sob o prisma de interesse direto do paciente, a linguagem adquire extraordinário valor ético em certas situações, como por exemplo, por ocasião da obtenção do "consentimento esclarecido" do paciente, nos trabalhos de experimentação com seres humanos. É dever ético do pesquisador esclarecer de forma adequada o paciente antes de obter o chamado consentimento. Lembra que em atividades acadêmicas em geral e, sobretudo, em argüições de teses, tem sido praxe analisar-se o conteúdo e a forma da publicação. Esta análise não deve restringir-se a questões de gramática, mas à linguagem enquanto veículo final de comunicação e transmissão adequada e correta do conteúdo. Afirma com propriedade que "em ciência não basta, do ponto de vista ético, buscar a verdade - é preciso saber expressá-la". Espero que meus médicos tenham a humildade de, eventualmente, admitir que não sabem. Em sua angústia existencial, esclarece Hossne, o homem sempre se interroga diante dos fatos da Natureza e busca respostas concretas (verdade científica). Não as encontrando, cria hipóteses ou formula teorias; não conseguindo tal façanha, "salva-se" da cruel angústia da incerteza e da ignorância, apelando para a linguagem: cria um nome ou um rótulo. Não é apenas um "rótulo salvador" o nome dado a quadros clínicos cuja patogenia ainda se desconhece? Indaga Hossne. Aí encontramos as expressões "primário", "essencial", "de causa não esclarecida" ou "difteróide" para indicar em Microbiologia Clínica aquela bactéria que parece mas não é. Espero que meus médicos, como eu diante dos difteróides, admitam que também não sabem quem são, de onde vieram e qual a sua destinação. Possam até aceitar a "minha" hipótese de reencarnação, para explicar a genialidade precoce, a memória extracerebral, as desigualdades sociais ou mesmo as doenças estigmatizantes, como a Aids, diante da "Justiça Divina". O estar doente representa o lado sombrio da vida, isto é, uma cidadania mais onerosa em todos os sentidos, com destaque para o emocional. Existe a iatrogenia da onipresença ou da omissão, ao se trabalhar somente as queixas sem se preocupar com a simbologia por elas expressa. Aqui a iatrogenia se instala pela falta de desenvolvimento do processo de atenção médica. Muitas vezes são valorizadas as técnicas de acerto só do biológico e o aspeto biográfico nem é pensado. A doença não é o resultado apenas da agressão por agentes físicos, químicos e/ou biológicos, mas também por aqueles fatores sócio-econômicos como ignorância, pobreza, superpopulação e fome. Os estigmas que cercam os pacientes de Hanseníase e Aids são muito cruéis e estressantes. Arthur Ashe, que se projetou no tênis mundial, escondeu sua condição de portador do vírus após uma transfusão sanguínea, porque "tinha medo do estigma que é insuportável". O estado de estresse pode ser causado por qualquer tipo de situação que exija uma fase de adaptação orgânica e/ou emocional, com gasto de energia superior àquele a que o organismo está acostumado. Este estresse pode ser físico, psíquico (emocional) ou misto. A internação hospitalar induz a estados emocionais intensos. Um estresse misto se estabelece quando uma lesão física é acompanhada de comprometimento psíquico ou vice-versa. Os fisiologistas demonstraram que nos estados de estresses há liberação de determinadas substâncias de grande importância durante a "síndrome geral de adaptação", mas que, a longo prazo, tem um certo efeito destruidor sobre tecidos, inibindo o crescimento somático e a formação óssea. Em indivíduos estressados é comum o relato da perda do sono. Períodos curtos de sono ou insônias originam déficit na capacidade de síntese molecular do cérebro, tão necessária à estruturação da memória a longo prazo. Os estressados podem apresentar um número variado de distúrbio como infarto do miocárdio, úlceras pépticas, doenças circulatórias, envelhecimento precoce, etc. Pode-se fazer uma ligeira comparação com os princípios relacionados com os "estados excitados", amplamente utilizados no estudo dos fenômenos atômicos e moleculares, na física quântica. Assim, durante o estresse, o organismo se mantém fora do seu "estado fundamental, estando em níveis mais altos". Mesmo numa vida sem grandes novidades não é possível a manutenção constante deste estado fundamental. O organismo está realmente oscilando o tempo todo em torno desde estado, sendo até possível que o envelhecimento e o tempo de vida estejam relacionados com a intensidade dessa oscilação. Isto exige um processo, quase contínuo, de adaptação às condições oferecidas pelo meio, aquilo que o afasta do seu estado fundamental a todo instante. Surge o paradoxo: para sobreviver, os seres vivos encurtam o seu tempo de vida, envelhecendo (O estresse e suas implicações fisiológicas).
A mente, a Saúde e a Doença É muito comum encontrar hansenianos ou pessoas infectadas pelo HIV sofrendo situações de fortes pressões emocionais. Vivem intimamente dores extenuantes. Este é um dos motivos deste artigo. A crença de que desordens afetivas possam originar efeitos biológicos indesejáveis é antiga e é também hoje motivo de pesquisa na medicina psicossomática. Estudos sobre as relações afetivas do bebê colocam em evidência a relação mãe-filho no processo de desenvolvimento infantil destacando seu aspecto vital. Spitz é um dos pioneiros neste campo, analisando diversas doenças orgânicas dos bebês a partir de uma perspectiva psicossomática e psicossocial. Estes estudos representam uma importante área da psicopatologia da primeira infância e se caracteriza por uma necessária colaboração entre a Pediatria e disciplinas psicológicas. Estes são aspectos profundamente revolucionários para a prática pediátrica. Múltiplos fatores psicológicos e biológicos estão interligados em nossas funções gastrintestinais. Há uma gama de distúrbios nos quais a relação mente-soma está intimamente intrincada, tendo merecido grande número de estudos, tanto na psiquiatria quanto na gastroenterologia. Entre estes, a síndrome do cólon irritável (diarréia nervosa) parece ser a mais frequentemente observada, estando associada na maior parte dos casos à ansiedade ou depressão. Esta síndrome é caracterizada por sintomas contínuos ou recorrentes de dor abdominal, constipação ou diarréia, muco nas fezes, flatulência, etc. Em adição a estes sintomas, muitas vezes, se associam sensações de fadiga, fraqueza, palpitações, tonturas, cefaléias, tremores de extremidades, dores lombares, distúrbios do sono e disfunção sexual. Numa pesquisa recente em deprimidos demonstrou-se diminuição do apetite em 80,5% (Ansiedade na síndrome do cólon irritável). A Microbiologia e a Imunologia, apesar da extensa listagem de trabalhos diariamente publicados, são campos relativamente novos, que evoluíram principalmente a partir do último quartel do século passado. A ponte entre eles e a Psicologia, pode ser feita observando-se o aumento da freqüência da manifestação do Herpes simples em pessoas deprimidas. O Herpes simples é um vírus que exibe afinidade dermoneurotrópica, mostrando tendência à citopatogenicidade focal, que se traduz pelo aparecimento de pústulas na pele. São lesões autolimitadas recorrentes de curta duração. Na dependência de estímulos diversos, físicos, emocionais, hormonais, etc, os vírus podem ser ativados e promover recidivas, geralmente nos mesmos locais. Outros estudiosos relatam o aumento de infecções respiratórias em pacientes com nível de estresse mais elevado. A viuvez pode provocar efeitos adversos sobre o sistema imune humoral, responsável pela produção de proteínas denominadas imunoglobulinas (anticorpos) . Estes anticorpos são capazes de aderir e destruir especificamente antígenos invasores. O sistema imune celular, composto por glóbulos capazes de eliminar células cancerosas ou infectadas por microrganismos, também é atingido. Demonstrou-se posteriormente que pacientes internados, muito solitários, apresentavam alterações na atividade dos linfócitos "matadores naturais". Esses linfócitos matadores foram assim chamados por destruírem certas formas de células tumorais. Em estudantes de medicina fenômeno semelhante foi encontrado, quando iam ser submetidos a avaliações dos seus desempenhos acadêmicos. Demonstrou-se ainda que pessoas muito deprimidas são menos competentes na reparação de DNA (leucócitos submetidos aos raios X) do que pacientes com nível mais baixo de depressão. Hoje sabemos que determinados fatores (Interleucina II) são produzidos pelos linfócitos T4 que ativam diversos mecanismos em defesa do organismo. Médicos residentes submetidos a alto índice de estresse apresentaram baixos níveis de linfócitos matadores e Interleucina II e aumento de infecções respiratórias. Admite-se hoje que o estresse produz a imunossupressão dos mecanismos ligados não só às infecções, mas também aos ligados as doenças malignas e as enfermidades auto-imunes. Estas observações deverão ser valorizadas principalmente pelas pessoas que sofrem e por aquelas que estão lidando com elas. São conhecimentos que precisam ser socializados. A omissão, que é também uma forma de iatrogenia, poderá ser interpretada como crime de lesa-humanidade.
O artigo é capítulo do Livro "Dores, valores, tabus e preconceitos". Edições CELD. RJ. RJ.
| DR. LUIZ CARLOS FORMIGA é professor universitário da UFRJ e UERJ, aposentado.
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Juli Lima
Enviado por Juli Lima em 21/12/2009
Alterado em 21/12/2009
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