Duplo SENTIDO das drogas... Euforia e vazio... Encontro e desencontros... Aprendizagem e superação! Há drogas Que até matam... Há drogas que salvam! Há drogas que preservam a vida! Não há sentido na drogadição! NEU* e as Drogas e Milagres Drogas e MilagresDr. Luiz Carlos D. Formiga Cigarro é droga? Podemos afirmar que restringir o direito de uma pessoa de fumar um cigarrinho é um gesto autoritário e antiliberal. É de foro íntimo toda decisão individual cujas conseqüências não agridam terceiros. É um direito inquestionável do consumidor comprar o que bem entender, assumindo individualmente os riscos decorrentes do seu ato, repito, desde que não incorram sobre terceiros. O direito à vida não é maior do que o direito do indivíduo fazer o que quiser com a própria existência, mesmo que seja acabar com ela lentamente com doses de nicotina. No livro “As Drogas e Suas Conseqüências”, Editora Fonte Viva- BH.MG, relembrando o cão das experiências de Pavlov o Dr. José Alberto Pastana (1) comenta que de igual maneira o ser humano entra numa situação de dependência através de um mecanismo semelhante ao do reflexo condicionado. Pergunta: ora, o que é na realidade o ato de fumar? Quantas vezes o fumante inveterado mantém o cigarro entre os dedos sem acendê-lo? Quantas vezes ele mantém o cigarro na boca também sem acendê-lo ou então o acende e não o usa ficando aquele monte de cinzas na ponta do cigarro, caindo, depois, no chão, sem que o indivíduo tenha dado uma tragada! O que é isso? O fumante tem primeiro aqui o tato fazendo com que haja uma ligação, o reflexo condicionado, tato na boca também. O cigarro, o tabaco, a nicotina, deixa um paladar na boca. Assim, a pratica de colocar o cigarro entre os dedos ou deixá-los nos lábios é uma conjugação que agrada aos indivíduos fumantes de modo que, num dado momento, o fumante não sabe fazer nada se não tiver entre os dedos um cigarro. No mesmo livro(1), mais adiante, comentando a dependência química o Dr. Roberto Silveira diz que sem desejar apressar conclusões, não será prematuro afirmar que a dependência e a tolerância são uma questão de vontade. Uma questão que possui raízes bem profundas nos campos metafísicos da conceituação da vida. Diz que eles são neuróticos, personalidades fracas e impiedosamente abandonadas, que procuram nas substâncias tóxicas o alívio para seus variados e desagradáveis sintomas. O Dr. Oswald Andrade, ainda no mesmo livro(1), afirma que de um modo geral dois tipos de pessoas entram na droga. Uma é de natureza psicopática, já com tendência toxicófila. É aquela pessoa cujo médico receita uma aspirina e ela toma dez, receita-se qualquer coisa e ele toma tudo em excesso. Este é o verdadeiro toxicômano, é o verdadeiro dependente. Mas existe aquele que entra na droga por fantasia, por fuga, casualidade, por protesto contra os pais e a sociedade. Estes, de um modo geral, encontram a recuperação. Mas, voltemos ao velho cigarrinho. Podemos também argumentar que é autoritário e antiliberal o ato do fumante impingir a um não fumante a fumaça do seu cigarro. Você concorda? Mas, como fazer para assegurar que nossos jovens tenham uma inquestionável responsabilidade individual pela opção que fazem quando decidem dizer sim às drogas? Seria muito bom que pudéssemos também assegurar que a oferta de cigarro viesse acompanhada da verdade nua e crua sobre as suas propriedades e seus efeitos. Podemos advogar que somos adultos, com capacidade de compreensão, análise, síntese e avaliação. Somos seres que raciocinam e possuem discernimento. Não somos presas inocentes, plenamente influenciáveis, carentes de um tutor iluminado que nos guie e proteja, mas e as crianças? E se as indústrias de tabaco sonegarem informações e manipularem quimicamente seus produtos de modo a tornarem dependentes químicos os consumidores? No livro, o Dr.Roberto Silveira diz que a quase totalidade dos jovens viciados, que foram ouvidos em pesquisas minuciosas, fizeram referências aos sintomas desagradáveis que sofreram ao tomar contato com a droga. O viciado em heroína, em geral, afirma que após as primeiras doses da droga, vomitou a alma. O mesmo acontece com o “inocente” cigarro de nicotina. Nas primeiras tragadas há sempre mal-estar, tonteira e até sensações de enjôo e tosse. Cabe perguntar de onde vem essa terrível força de vontade que é capaz de vencer o medo natural das desagradáveis sensações e é capaz de transformar o indivíduo num consumidor inveterado? Será que são fugas de uma pesada condição de viver. Será que é o consciente, ou o inconsciente desejo de não viver, de morrer, de sumir para sempre. Será o desejo de não existir. Está no seu modo de agir uma revolta, consciente ou não, ao seu existir. Ele se afunda no pântano do vício, buscando na artificialidade dos efêmeros efeitos da droga a fuga de si mesmo. Ele quer libertar-se, entretanto com ela está chegando a responsabilidade de auto-discernir, sem o que não pode haver liberdade. Diz o Dr. Silveira que há medo, insegurança, ansiedade e angústia. Em outro capítulo, um outro autor afirma que “toda e qualquer droga psicotrópica só faz diminuir o nível de funcionamento cerebral. É usada para seccionar certos setores da vida psíquica, para diminuir essa angustia de ter tantas coisas a gerenciar dentro de si mesmo. É como se dissesse: eu tenho possibilidades adultas, com uma vida emocional ainda infantil”. O dependente é aquele que não mais pode romper suas amarras, que é sinônimo de morte e por medo da morte ele se mata. O livro(1) está na sua quarta edição, agora ampliada e divulga o esforço do Centro Espírita Irmão Samaritano que, especializando-se para melhor servir, procura construir um centro de recuperação no seu projeto “Cristo Consolador”. Os espíritas não têm sido indiferentes mas ainda somos poucos a ajudá-los. Mais uma vez, voltemos ao “inocente cigarro de nicotina”. É um direito do consumidor ser informado corretamente sobre propriedades e efeitos do produto que está comprando, para que tenha os olhos abertos e esteja consciente de todas as variáveis que envolvem sua decisão. Cabe perguntar, devem ser pagas indenizações por danos morais e materiais sofridos por fumantes, ex-fumantes, fumantes passivos e familiares? E a propaganda enganosa (omite no mínimo) e a abusiva (explora o medo, superstições)? E os fartos milagres? E o ópio do povo? A tentativa de ludibriar ou enuviar a clareza de escolha de uma pessoa deve ser considerada ofensa grave aos direitos do cidadão, até mesmo quando se trate de “competição” religiosa. Mas será que a propaganda realmente possui o poder de determinar a compra de uma marca? Sabemos que é absurdo e criminoso sugerir que fumar melhora o desempenho nos esportes, mas é a demanda que gera a oferta ou é a oferta que gera a demanda? Quem nasceu primeiro o fumante ou o cigarro? Em outras palavras, o cigarro ainda nem existia e já havia os “fumantes” que o inventaram? As empresas devem ser punidas porque causam mal intencionalmente a seus consumidores? Se os indivíduos são inteligentes o suficiente para saber o que estão fazendo, quando decidem fumar, e tenham tido acesso à verdade integral sobre o que estão consumindo, não nos parece válido que depois venham alegar que não sabiam de nada. O sistema de saúde deve cobrar contribuições diferenciadas de fumantes e não fumantes? Os fumantes devem pagar mais, uma vez que seu perfil envolve mais riscos? É justo que o dinheiro dos impostos dos contribuintes, na sua maioria não fumantes, custeie os gastos médicos de fumantes cancerosos? “De volta a casa paterna”. Para receber o ente querido dependente de volta ao lar é necessário que a família se prepare também. Por isso devemos procurar orientação com grupos de apoio às familias de dependentes químicos. A Casa Espírita pode bem realizar este trabalho, mas é necessário treinamento para não ser enganada. O “inocente cigarro” é uma amostra da dificuldade que tem o ser humano de lidar com as drogas. Ainda encontramos dirigentes espíritas que não conseguem dele se livrar. Como fazer diante de pessoas que pressentem que estão na direção da tragédia, e, ainda assim, caminham para o abismo? O consolo elas próprias costumam nos oferecer dizendo que André Luiz também foi suicida. Afirmam que é um direito inquestionável do consumidor comprar o que bem entender, assumindo individualmente os riscos decorrentes do seu ato, desde que não incorram sobre terceiros. Não incorrer sobre terceiros, isto é difícil garantir! Após examinar com cuidado o artigo, É Proibido Proibir, do jornalista Adriano Silva(2), que não é fumante, acredito que o leitor terá bastante material para refletir. Porém, como se comportam nossos espíritos benfeitores? Afinal o fumante inveterado também possui o seu anjo da guarda. Onde estará ele, nesta hora, que não impede seu protegido de tão graves conseqüências? Permitam-me consultar o documento disponível na home-page do NEU-RJ - http://zap.to./neurj: Antes de votar pergunte ao candidato sobre o aborto: “todos um dia saberão que temos guias espirituais que nos protegem e que nos falarão a respeito de que estamos aqui para aprender; do propósito superior de nossas vidas. No entanto, respeitando o livre arbítrio individual, nos permitem prosseguir numa situação se assim o desejarmos. Eles têm o cuidado de não eliminar nossas lições. Se estivermos avançando na direção de algo que irá nos ensinar uma lição valiosa porém difícil, eles poderão nos mostrar maneiras mais alegres de aprender a mesma coisa. Se resolvermos persistir no caminho original, eles não tentarão impedir-nos. Cabe-nos escolher a alegria, mas caso aprendamos melhor através da dor e do esforço, os guias espirituais não os afastarão de nós”. A questão do aborto, examinada no documento acima referido, também pode estar ligada ao problema das drogas. A maioria das mulheres que são encaminhadas ao Programa de Assistência Integral à Gestante HIV Positiva do Hospital Universitário do Fundão não sabiam da existência da infecção antes dos exames do pré-natal realizados nas unidades públicas. Dessas, 94% contraíram o vírus de seus maridos ou companheiros regulares. A palavra drogas possui duplo sentido. Em relação ao título “Drogas e Milagres” uma boa notícia nos traz a biomedicina: drogas antivirais fazem o “milagre” de permitir que filhos de gestantes portadoras do vírus da AIDS venham à vida sem o HIV. Talvez por isso, Emmanuel tenha dito que se Deus desejasse a dor nós não teríamos descoberto a anestesia. Se você está interessado neste assunto não deixe de ler a entrevista da médica, doutora nestas questões, em “A AIDS, o Aborto e os Espíritas”. Referencias Bibliográficas. 1. Martins C. e cols. As Drogas e Suas Conseqüências. Quarta edição ampliada. Editora Fonte Viva. BH.MG. Telefax: 55 31 433-0400. E-mail: fontviva@fontviva.com.br. Hp: www.fontviva.com.br. 2. Silva, A. É Proibido Proibir. Exame. Edição 715, ano 34, número 11, 31 de maio, 2000. Editora Abril. www.exame.com.br. Juli Lima
Enviado por Juli Lima em 20/12/2009
Alterado em 20/12/2009 |