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MORTE? MEU SOGRO DESENCARNO​U [NEU*-Reflexões] Formiga, LCD


Meu sogro foi além dos 9O (AVC), mas perdeu para Dona Canô e Oscar Niemayer.
Vocês podem imaginar como nos sentimos, após o desencarne (entre Natal-Ano Novo), pelo tamanho da admiração que temos por Ele.
Como escrever sobre pessoas importantes num espaço tão pequeno? A vida de alguns pode virar filme sobre o "amor".
Quem com ele conviveu sabe que passou pela prova da cegueira, como minha sogra e Milleco, com nota máxima e louvor. (*)

Ele não foi ao Congresso de "Cegos-Espíritas".
A hipótese da sobrevivência da alma é aquela que melhor explicaria o fenômeno de visão em cegos, que médiuns ou não, poderiam se locomover em ambientes desconhecidos?

Millecco perguntaria: "poderá o cego-médium, em desdobramento, transcender os limites que a cegueira lhe impõe?"

A vida é assim, a bisneta mais nova, "Lau II", está nascendo. Eu, apenas avô, vou representá-Lo, entre os encarnados. Digo isso porque escrevi sobre a morte num opúsculo que fiz para o NEU. Depois da morte. ele certamente deve estar adorando o novo "estilo de vida". (**)

O que é a morte?
A resposta depende da vertente da ciência em que se insere o pesquisador. Faça-o responder primeiro a pergunta: O que somos? Se ele responder que somos impulsos eletroquímicos num biocomputador que se originou por acaso, num universo de partículas matérias mortas e que se movimentam aleatoriamente, certamente a morte é o nada. Embora isto seja apenas uma questão de fé, uma vez que a ciência ainda não o demonstrou. Aliás a ciência enquanto estiver voltada para fora e para a observação do exterior nada pode dizer a respeito do significado e do propósito da vida. “É chocante, mas verdadeiro que hoje conhecemos melhor o átomo, que a mente que conhece o átomo".
A vertente espiritualista da ciência possui outra leitura da morte. Ela vê a morte como a interrupção do fenômeno da reencarnação. Logo que ocorre o desenlace pela morte do corpo físico o espírito, se for um ser lúcido, ele recupera a plenitude das suas faculdades. Com a morte perdemos o corpo e continuamos na vida além da sepultura. Poderíamos dizer que a morte é uma mudança de estilo de vida. As evidências científicas estão sempre apontando neste sentido.
A primeira conferência internacional sobre a investigação paranormal, realizada na universidade do Colorado (USA), entre 7 e 10 de julho de 1988, após rigoroso exame, publicou em sua ata um manifesto em favor do reconhecimento científico da hipótese da reencarnação.

Qual o sentido da vida?
(Fonte: NEU-RJ) http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/esclarecendo-duvidas.html

Já falei de AMOR aí em cima, agora fiquem com a Ruth




"Amor" -  RUTH DE AQUINO

http://revistaepoca.globo.com/Mente-aberta/ruth-de-aquino/noticia/2013/01/amor.html


Um título pode dizer muito ou nada. “Amor” é uma palavra batida e banalizada que ganha uma dimensão épica no filme indicado, na semana passada, a cinco estatuetas do Oscar. Amor, do diretor Michael Haneke, Palma de Ouro em Cannes, retrata um casal de octogenários, Georges e Anne, professores aposentados de música clássica. A história narra nossa impotência diante da doença e da morte.

Em duas horas de cinema ou um ano de vida real, dois atores magistrais, Jean-Louis Trintignant, de 82 anos, e Emmanuelle Riva, de 85 (a belíssima protagonista de Hiroshima meu amor em 1959), nos transformam em passageiros da agonia humana. A agonia diante do sofrimento da pessoa que amamos. O que fazer quando o doente nos faz prometer que nunca mais será hospitalizado? Estamos dispostos a adoecer junto? Será a doença mais forte que o amor?

À exceção de uma cena de concerto, o filme se passa inteiro dentro do apartamento elegante e forrado de livros, com um piano na sala de estar. São idosos com cultura, dinheiro e prestígio. Vivem sós – sem empregados, como é o normal na Europa. O que mais nos encanta, quando Georges e Anne ainda estão sadios, não são as conversas sobre literatura e música, mas os olhares amorosos, os gestos de carinho, a cumplicidade nos atos mais cotidianos, como o café da manhã na cozinha.

A rotina se quebra numa dessas manhãs, quando Anne sofre um AVC, acidente vascular cerebral. De repente, ela olha o vazio, não responde. O casal vai ao hospital, mas nós, espectadores, não. Na cena seguinte, Georges e Anne chegam de volta ao apartamento, ela de cadeira de rodas, com o lado direito paralisado e o orgulho ferido. “Quando adoecemos e ficamos imobilizados, passamos a viver entre quatro paredes. O mundo exterior desaparece”, diz Haneke. Nosso olhar profana a intimidade do casal, da cozinha ao banheiro, do banheiro à sala, da sala ao quarto, do quarto ao corredor.



Será a doença mais forte que o amor?
Estamos dispostos a adoecer junto com quem amamos?


Daí em diante, cama e móveis são adaptados às limitações de Anne. E Georges passa a viver em função dela. Ele se debilita aos poucos, até que Anne sofre um novo ataque, enfermeiras vêm e vão, e a música envolvente de Schubert é substituída por gritos dela: “Mal... mal... mal”. Na tradução literal, “dói... dói... dói”. E mais do roteiro não conto ao leitor, embora Haneke antecipe o final na primeira cena. Talvez para não encorajar ilusões.

O casal tem uma única filha, Eva (Isabelle Huppert), que vive no exterior, em Londres, com o marido, ao jeito das famílias contemporâneas globalizadas, em que os velhos vivem muito mais e os filhos, de longe, não conseguem ajudar sem virar suas vidas pelo avesso. Eva, em raras visitas, chega ansiosa, com muitas perguntas e nenhuma solução. “De que nos serve sua inquietação?”, pergunta o pai, friamente.

É um filme duro, e quem conhece a direção de Haneke – A professora de piano, A fita branca, Caché – sabe que esse austríaco nascido na Alemanha não dá brecha para a pieguice. “Quando escolhemos um tema universal, como amor, velhice e morte, há dois grandes perigos: o sentimentalismo e a autocomiseração. Não é por ser sentimental que alguém tem emoções, não se iluda!”, afirmou o diretor.

Segundo as resenhas dos críticos, eu deveria ter chorado ao ver o filme na tarde fria de Paris na semana passada. Deveria, porque todo mundo chora. Talvez devesse ter soluçado, me acabado em lágrimas. Mas não. Meu pai e minha mãe têm 90 anos, estão no Rio. Meu pai acaba de sair de uma internação no hospital por pneumonia e minha mãe foi diagnosticada há dez anos com Alzheimer. Ela é linda, inteligente e ainda reconhece filhos e netos. Por mais cruel que seja a enfermidade da perda gradual da lucidez, continuam intactos seu instinto maternal e o ciúme que sente de meu pai.

A realidade da minha família é tão mais branda do que vi na tela. Nossos momentos presentes precisam ser celebrados porque não se controla o amanhã. Amor é uma lição de vida, mais que de morte.

Haneke não quis mostrar tudo, muito menos “os horrores e as humilhações” das clínicas de repouso, dos asilos ou das alas geriátricas dos hospitais. “Um filme onde tudo é dito está morto. Devemos nos aproximar ao máximo da complexidade de uma situação e deixar aberta a interpretação, para que o filme não termine na tela, mas na sua cabeça, no seu coração... ou no seu ventre.”

Há quem saia do cinema chocado pelas cenas mais duras do filme. Eu saí envolvida pelas cenas mais ternas. Quando Georges retira do banheiro Anne, já paralisada parcialmente, e a levanta, os corpos enlaçados, em pé, ambos arrastando os pés numa dança trôpega até a cadeira de rodas. Quando ela interrompe uma refeição e pede com urgência os álbuns de fotos da juventude a dois. Quando Georges vê a miragem de Anne tocando piano, o som de Schubert invade tudo e, repentinamente, ele desliga o aparelho de CD. Triste, simples, real e belo.




(*) Espiritismo em BRAILE. Livros espíritas atendem aos deficientes visuais. É preciso ter olhos de ver para vencer o desafio da cegueira.

http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.28.htm



(**) Borboletas na janela. Texto conta a história de Helen Keller e discute preconceitos comuns.

http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=2789




LIVROS - CELD




















Luiz Carlos Formiga
Enviado por Juli Lima em 15/01/2013
Alterado em 15/01/2013


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